Por Ronaldo Faria
Noite de vida. No bar, o fim
barbárie. Nas gotas do copo, as gotículas minúsculas que se entrelaçam e sabe-se
lá onde for que se darão. Na música, a túnica atônita que se entorna em
palavras ávidas de sede de verter saudade e sorver ambiguidades mil. No frio
notívago vem a certa e incrédula vastidão do nada no amargo afago longínquo que
se traveste de veste profana a dançar em qualquer lugar. No largar do lagar
múltiplo, o lugar onde nascerá o sol. Na profusão de cores e odores, sabores e
dores, a quântica realidade de se estar para logo nunca mais voltar. No ar, a
negritude que se amplifica nítida e performática, atávica em ser apenas si
mesma, na pujança inexistente de cada mente. E que a mentira se vá incongruente
e demente para um solo solitário de uma guitarra qualquer.
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