Por Ronaldo Faria
Anos 60 de uma proficiência do garoto a crescer desde o fim dos 50. E Tito Madi, menestrel, ficou. Entre velas acesas nos bares da Lagoa ou do Méier, ser que se esvazia e se esvai feito as marés de um eterno desaguar. A brincar de tempos entre tempos atemporais que vivem num arranhar de agulha no vinil a rodar.
Talvez uma orquestra de
canhotos e destros a dedilhar um poema que se devora mundo afora a se recriar. Desejo
efêmero de efemérides no fundo da alma ver, crer e fervilhar. Quem sabe um
piano largado ao largo, um apócrifo poeta a transgredir a eternidade da
saudade, a incerteza da mentira que se perpetuou.
Na entrega do tempo, desfeito lamento que não se vê, um interregno entre o nascer e morrer. Quem sabe uma mesa encravada entre a lua que surge e a saudade que urge. Um pedaço de alvorecer a se atirar no abismo findo do ser, a tentar fugir da morte que se afoga no mundo que parece não ver que tudo é só fingir e descrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário