terça-feira, 20 de setembro de 2022

Sempre ao tom do Tom

Por Ronaldo Faria

Nas vozes femininas, o maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Na penumbra da tarde que já terminou, uma tardia saudade que se joga à espera da malfadada madrugada. Em desejos, o poeta afaga a sua mulher e eterna enamorada.

Entre um segundo ou outro, num benfazejo conto desencontrado e torto, as notas se vestem de sons e recobrem o corpo cansado de sonhar. Na cena, um lugar em deletérios, um mar a bater à morte mais linda da areia que o devora sob a lua que a tudo vê.

Daqui, a rever promessas sórdidas e mórbidas, a se prostrar entre teclas e réstias, o poeta profetiza o tempo que ainda não se deu. Mas, ao som do Tom, tudo se perde amarelo e liquefeito em púrpuros gases. Acima, o mundo se entrega em frases.

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