Por Ronaldo Faria
Nas vozes femininas, o maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Na penumbra da tarde que já terminou, uma tardia saudade que se joga à espera da malfadada madrugada. Em desejos, o poeta afaga a sua mulher e eterna enamorada.
Entre um segundo ou outro, num benfazejo conto desencontrado e torto, as notas se vestem de sons e recobrem o
corpo cansado de sonhar. Na cena, um lugar em deletérios, um mar a bater à
morte mais linda da areia que o devora sob a lua que a tudo vê.
Daqui, a rever promessas sórdidas e mórbidas, a se prostrar entre teclas e réstias, o poeta profetiza o tempo que ainda não se deu. Mas, ao som do Tom, tudo se perde amarelo e liquefeito em púrpuros gases. Acima, o mundo se entrega em frases.
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