Por Ronaldo Faria
Equânime sentimento que lateja e pulsa, transpassa e repassa momentos e
vidas. Que nos chama de volta como chama que nunca se acabou. Que fazer?
Incrédulo, o homem vaticina a
sina a vir. Far-se-á ou não antônimo e pronome de si mesmo? Buscará outra vez o
limite entre o reflexo e o plexo que morrem a cada ensejo ou sorverá cada gota
de quase nada que cai feito solidão e sensação fugaz? No lado de fora, onde os
olhos mal conseguem ver, o mundo se faz e refaz, vaticina futuros e passados,
longe do presente que não pressente o trópico perdido há décadas decaídas em
desfaçatez. Amanhã, bem provável e talvez, haverá um hiato entre a lucidez e o
novo dia. Diásporas chegarão. Um chão entreaberto se abrirá a cada passo.
Voltar a pouca lucidez e irá demorar, desmoronar horas, principiar e findar
tormentas mil nos navios que eu sei nunca aportarão. As portas, decerto,
estarão entreabertas, entrepostas como celeumas que vivem no nosso porão. Serão,
logo, um entrave e o reminiscente morrer de quem ainda aprende a viver.
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