Por Ronaldo Faria
Grilhões e celas a enjaular e virar o lar. A poucos que sobreviveram aos pipocos. Às idas ao hospital e, no caminho, falecer. Que tiveram esperança, querência, conjuminância entre ser e poder ser. Coisas mínimas e atípicas, trapizonga de si mesma. Quem sabe uma pele escura, a curra da existência, a cura errática e imprevisível daquilo que nem sofrível é. Ao longe, a longitude de trilhos de trem, ruas de terra, esmeros que sucumbem a cada alvorecer. Um tanto de contas a pagar, filhos famintos a afagar, prenúncios de violência explícita que jornais nunca detalharão. Quem sabe um poeta do rap lembrará a cena – tiro primeiro e saber por que estava ali depois. Só que aí, largado num buraco em terra, sem nome ou quimera, nada mais será. Sem adeus, sem história, sem foi ou será. Como disse o poeta, gente boa, gente má, gente inocente. Muitos gementes. O que, ao final, terão dito?
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