terça-feira, 23 de janeiro de 2024

A ouvir Tiê

Por Ronaldo Faria


A vida passa rápido pra caralho. Uma dicotomia sem início preciso, meio efetivo, fim determinado. Uma ou outra visão. Quiçá, algum momento, efêmero. Nalgum momento. Juras de amor, beijos lânguidos e um eterno e terno adeus, num pouco depois que nunca chega. Tudo como um fotograma em filigrana qualquer. Na finitude de tudo, um homem e uma mulher. Um desespero feito enterro promíscuo e solícito, desses que um adeus já basta. Num quase muito e tanto nada. Quasímodo, o personagem sem papel permeia o tempo que está e que ainda resta, em réstia. O fim, uma promessa nunca cumprida, uma comprida trajetória que finda em lugar nenhum. No fundo do mar, uma concha ouve o barulho do vento que nunca terá. Na areia, a morrer de rir com o fim do seu tererê.


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