Por Ronaldo Faria
Beijo a pedidos. Não que antes
não tivesse tido milhares e outros tantos tivessem depois. Mas a imagem ficou
perpetuando o que, no fim, não foi. A mulher que pediu a foto certamente nem
mais existirá. Ou não... Se tivesse sido o fato remido se cravado, de que forma
teria sido? Quantos bacorinhos? Quantas perdições e traições perpetradas na
estrada da vida? Morar no subúrbio? E o dilúvio que sempre traz a verdade de
ousadas ossadas escondidas num quintal que tem goiabeiras e vendaval? Noel se
perguntaria com que roupa iria ao próximo sonho de lembranças mil? Vil, o poeta
se deixa numa mesa rodeada de saudades e copos a relembrar o lugar. “Quem acha
vive se perdendo. Por isso agora vou me defendendo.” Como um samba em feitio de
oração, vale a fantasia da melodia. Afinal ainda é dia.
Poeta da geração de 1957, até
quando? Quantas mais, serviçais que somos de nós mesmos? Temos, em tese, ambos
paridos no mesmo calendário, coisas iguais a viver: ano, cidade, zona (depois
minha ao sul) e pensar sobre o nunca mais, exagerados. A próxima dose, em
overdose de criação, virá como um beija-flor. A beijar bocas do passado e
esperar disparos de canhão, ao acaso, viajo em mim mesmo. Como diria Caju, penso
amar quem ama só a si e, ensimesmado, sigo brasileiro. Afinal, o tempo não
para. Com arranhões mil, vamos a seguir letras, versos, sílabas, notas
musicais, coisas mortas, momentos pensados e impensados, passado. Quanto à
ideologia, eu sempre ainda quero uma pra viver. Ou, menino na época que saiote
era unissex, brinca de que um dia feliz poderei ainda ser.
II
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