Por Ronaldo Faria
O que escrever ou descrever
quando a seleção musical vira um samba do escritor doido? Mais uma pergunta
dessas que besunta o cérebro e se perde na noção do tempo, das latas entornadas,
das frases parafraseadas. Para um poeta que segue as partituras musicais, naquilo
que as tantas partidas dos dedos dão, o que essas músicas poderão dar ou darão?
E agora, seguir ou parar? Ser ou não ser, diria o diretor de teatro frustrado a
antever o miserê. Pensei em Nelson Gonçalves para terminar a intrínseca e
germinada lucidez, mas deixei a seleção girar. Nos alto-falantes, Noel Rosa. Agora
uma ode a Vinícius de Moraes. Mudar pra quê? Que a trilha sonora de nossa vida
restante seja esta, não o inodoro sextante que se antecipa. No céu, mesmo sob o
negror e feita com cola de arroz na noite sem lua, uma pipa subirá e sublimará o
amor. Como diz Bethânia, ela é carioca da gema. Qual delas? Não foram muitas e
nem poucas. A todos saibam, meus lábios beijaram cariocas nascidas na Cidade Maravilhosa,
entre noites de velas, viagens em avenidas, cantos e recantos de crenças esperançosas,
realidades místicas e misteriosas. E como o tempo ao vento, tudo desandou e
passou. Nas vivências, querências, demências, ausências, premências, tudo foi e
ficou. Na dança das cordas, como disse o Poetinha, onde andam vocês?
Com Choro dos 3, Tico-Tico no
Fubá. Só pra constar.
II
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