Por Ronaldo Faria
Hostes haverão de descer pelos
paralelepípedos e subir as ladeiras de Olinda. Nos arrecifes da vida que brinda
com sons, odores e flores a manhã que virá, o tempo que a si mesmo arrefecerá. A
turba invadirá a imaginação geral e chegará para se largar. Dançará
enlouquecida com a maresia que se joga na dança tresloucada e irá descobrir que
a rima não depende do versejar. Que sai das entranhas por mais estranhas que
elas possam ser. E surge, urge, se atira menina e voa mulher para a entrega que
floreia a mais pura ou impura cercania que a emoção do outro faz. O olhar
diferente é que descobre o quadro disperso em fotogramas que invadem o sorriso
e o drama. No meio de tudo, a trama. E terá sido real, ungida de paixões
remidas ou pecadora do apenas querer? Das hostes que descerão de um alto tão
baixo que poderíamos antever se fôssemos senhores de nossas vidas, uma estrada
escancarada para viver...
Jozelieltom, morador daquilo
que era palafita, lama ou caos, caminhava nas ruas da capital e entreolhava as
pessoas que o olhavam com medo de ver a realidade do mundo estremecido.
-- De onde terá surgido tal ser? – perguntava-se a mulher com brincos, pulseira e colar coloridos de ouro a brilhar no sol escaldante.
Vindo do mangue, Jozelieltom seguia sua barriga vazia, onde nem azia sabia parar e chegar, para ver se eles conseguiam um aratu qualquer. A mulher cheia de joias, seus olhos sequer viram. A fome pesa mais do que meia dúzia de milhares de dólares. E o que é um dólar? Significado da dor de um lar ou algo que se diz que existe para cobrar cada sonho esquecido em chiste?
A andar meio liquefeito e rarefeito, ser lunar, Jozelieltom subia e descia ladeiras. Suava a bicas e cântaros. Entoava canções que celestiais anjos decaídos criariam músicas em sol sustenido para as mais desnudas mulheres do lugar reverenciar. Afinal, acima da beleza feminina há algo mais para saudar? Certamente, em mente, não há. Ao redor, a cidade brilha em letreiros picantes e piscantes, terreiros largados em orações e unções de quem busca a eternidade, voláteis e táteis féretros que surgem a cada instante. Para ver Jozelieltom, pouco há. Talvez um guarda que quer descontar suas angústias bestiais num ser qualquer, um infausto ser que teme a própria sombra, um poeta enlouquecido de fumaça da boa ou cachaça. Ao fim de tudo, mudo, ele se atira ao seu mundo e pensa porque, ao invés de Jozelieltom não se chamou apenas Raimundo.
-- De onde terá surgido tal ser? – perguntava-se a mulher com brincos, pulseira e colar coloridos de ouro a brilhar no sol escaldante.
Vindo do mangue, Jozelieltom seguia sua barriga vazia, onde nem azia sabia parar e chegar, para ver se eles conseguiam um aratu qualquer. A mulher cheia de joias, seus olhos sequer viram. A fome pesa mais do que meia dúzia de milhares de dólares. E o que é um dólar? Significado da dor de um lar ou algo que se diz que existe para cobrar cada sonho esquecido em chiste?
A andar meio liquefeito e rarefeito, ser lunar, Jozelieltom subia e descia ladeiras. Suava a bicas e cântaros. Entoava canções que celestiais anjos decaídos criariam músicas em sol sustenido para as mais desnudas mulheres do lugar reverenciar. Afinal, acima da beleza feminina há algo mais para saudar? Certamente, em mente, não há. Ao redor, a cidade brilha em letreiros picantes e piscantes, terreiros largados em orações e unções de quem busca a eternidade, voláteis e táteis féretros que surgem a cada instante. Para ver Jozelieltom, pouco há. Talvez um guarda que quer descontar suas angústias bestiais num ser qualquer, um infausto ser que teme a própria sombra, um poeta enlouquecido de fumaça da boa ou cachaça. Ao fim de tudo, mudo, ele se atira ao seu mundo e pensa porque, ao invés de Jozelieltom não se chamou apenas Raimundo.
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