segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Dia da Mulher com Tom Zé

 Por Ronaldo Faria


“No Dia da Mulher o homem não tem de colocar a colher.” A frase surgiu tão enfática e prática que José resolveu levantar da mesa e tocar seu rumo e tomar prumo. Na verdade, havia razão no que foi dito. Independente de gênero ou do politicamente correto, cabe às mulheres saber mais sobre elas. Ocupar o lugar de direito. Pouco importa se sempre tivesse respeitado o não, não tivesse avançado um centímetro além do possível e fosse amante de mandar flores. Que visse cada mulher como não apenas um ventre, mas o vento que transforma o planeta, a chuva que cai para apaziguar a seca da estupidez que o macho traz em si, universo além do corpo para desbravar. 
Às bravatas do desejo, entre escorpiões e poesias, fazia trajeto oposto ao mundo, como anomalia. À revelia, era como ébrio no meio de lúcidos na sua ilucidez eterna em ternura. Ou seja, confusão em profusão de saber se estava certo ou errado. Se era gato ou rato. Na rua escura, sai um arroto. Meio trôpego e torto, ouve alguém cantar “A noite do meu bem”. A poesia de Dolores irá durar à eternidade. Sem veleidades, voltas, vestígios de amor, ternuras e o que ainda se pode dar. Na noite, numa clarividência que representa a morte de tecelãs a tecerem o destino de outras tantas história a fora, nos eventos que percorrem décadas e lutas, a fuga da labuta que é tentar unir vidas e remidas construções perenes da sociedade. Na saciedade do tempo, o melhor é torcer para que o pior não prospere.
-- Boa noite, José. Quer ajuda ou dá pra subir as escadas?
-- Obrigado Dona Valda. Dessa vez eu prometo me cuidar...
 
(A ouvir Tom Zé, independente do Dia da Mulher)

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