quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Piramboca da parafuseta e Renato Braz

 Por Ronaldo Faria


Picotar na MP3, pisotear magias e mágoas inalteradas nas águas que hoje não se fazem ressaca mas amanhã trarão ondas óbvias de pouca mansidão. Mas teremos de sair para beber o café do Seu Luiz. Resistamos! Depois, nada teremos. Terrenos, fugitivos da vida e ressacados, andaremos abruptos e tolos a percorrer caminhos que a filha canina não mais percorrerá. Assim, Silmar, longe do mar que lhe deu o nome, vira pronome naquilo que isso tiver de ser. A ver e vociferar a mansidão que demove vozes e versos da sangria da vida deletéria. Estagnado em si, lúgubre e infausto, famélico e mordaz, sobrevive no sussurro estendido ao sol que queima sem pensar que seus raios matam e dão vida fugaz. E é somente Silmar, rima inócua no vazio que se faz levar.
Logo ali, perto do sono esperto que perpetua a imaginação profícua, alguém pensa que o amor sobrevive e resiste solerte e inerte no coração que se prepara para parar. Na aurora que seria altaneira anos atrás, um pássaro voa nos raros raios que sobremaneira se interpõem. No acordar de acordes surdos surgem canções. Imensidões rarefeitas e afeitas ao tardar de cada um. Na viola que viola o âmago do coração que surge em unção, a gratidão de ao menos saber soletrar um abecedário tão pouco proletário senão. Na noite, noir, a torre infiel a vazar no céu surge anêmica e cruel a fugir no trenó que foi roubado de Papai Noel. Daqui, com Silmar a ultimar final feliz, o infausto brinquedo de cada dança como fosse criança à espera de um final, enfim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Com os Paralamas do Sucesso e a porra de uns óculos que não dão pra ver a tela direito

 Por Ronaldo Faria Óculos trocado porque o outro estava embaçado. Na caça da catraca de continuar a viver ou da contradança do crer vai ag...