Por Ronaldo Faria
O universo que o verso no seu
reverso traz é certeiro, incerto e cruel. Perfura corações, traz unções como canções,
viaja em um tempo que nem o calendário sabe de onde vem. No dia do poeta,
descoberto quase ao seu fim, a insana busca de nas letras reverter o drama de
viver. E transformar letras e sílabas em solilóquios, monólogos, prólogos,
prolixas ideias que surgem do nada, como se existisse a tal fada que junta foda
com fole e faz tudo rolar. No envolver de saber ver e ser, brincar com as
emoções e monções que permeiam cada cair de noite, às vozes que moram num canto
qualquer deixar viajarem por meros momentos, eventos de uma concretude que nem
o poema mais concreto saberia traduzir. No frigir dos ovos, transformados em
óvulos de textos que brotam feito a semente que caiu sabe-se lá de onde para despertar,
num vaso qualquer, o tocar de teclas para escurecer a tela branca e fatal.
O veemente aprendiz que pensa e tenta criar se entrega a mais uma etapa que tapas e trôpegas imaginações enternecem sem fim. Afinal, há fim numa encruzilhada encilhada desde a nascença para arrancar em tripas e corações as canções nunca escritas. Nas desditas infames que cruzamos a cada esquina, a derradeira chama. A estrela cadente que teima num inerte reluzir. O cheiro de bar, de lençóis esparramados e arrancados, beijos carcomidos e comidos no tempo, peles diversas e perplexas, entregues entre encontros e desencontros que não tardarão a virar poesia. Na orgia de escrever e criar, a incerteza de flanar entre a realidade e o findar. Certamente, entre a mente e a mentira de procrastinar o último suspiro, o próximo dia a descobrir que um novo porvir pode surgir. E cães desfilarão pelas ruas, pés permearão o sopro do eterno e o poeta, profeta do seu caos, descobrirá feridas que sangraram no entardecer.
O veemente aprendiz que pensa e tenta criar se entrega a mais uma etapa que tapas e trôpegas imaginações enternecem sem fim. Afinal, há fim numa encruzilhada encilhada desde a nascença para arrancar em tripas e corações as canções nunca escritas. Nas desditas infames que cruzamos a cada esquina, a derradeira chama. A estrela cadente que teima num inerte reluzir. O cheiro de bar, de lençóis esparramados e arrancados, beijos carcomidos e comidos no tempo, peles diversas e perplexas, entregues entre encontros e desencontros que não tardarão a virar poesia. Na orgia de escrever e criar, a incerteza de flanar entre a realidade e o findar. Certamente, entre a mente e a mentira de procrastinar o último suspiro, o próximo dia a descobrir que um novo porvir pode surgir. E cães desfilarão pelas ruas, pés permearão o sopro do eterno e o poeta, profeta do seu caos, descobrirá feridas que sangraram no entardecer.
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