Por Ronaldo Faria
Cláudio e Cláudia, duas
canduras de pessoas, amantes desde a primeira hora que se viram, se beijavam em
mais uma inúmera vez das tantas milhares e vezes atrás. E trançavam salivas,
altaneiras e ativas, molhadas e ardidas da pimenta da paixão. Se tocavam de
forma feérica, se lambuzavam de suores deixados à madrugada de amassos e desgarradas
orgias, se faziam piqueniques que nunca comeriam ou veriam sequer as formigas. Mas,
qual, de que vale mesmo a vida?
-- Você será sempre meu?
-- E você será sempre minha?
As perguntas, como diria o poeta preto e negro, feito mel, laranja e manjericão, foram respondidas com urdidas transas trançadas de pernas, braços e mãos. Poemas escritos e proscritos, coisa de solicitude. A palavra era o que menos interessava, num quarto diminuto ou em Java. Havia mais emoções a viver.
-- Foi legal acordar do nada e trepar com você. Jogar a cama tresloucada no virar do quarto. Parar na chegada da sala.
-- Com certeza. Faço das suas palavras e lavras as minhas...
No aninho que o descaminho dá desde que Caminha escreveu a carta para o Rei de Portugal, ambos esquecem o que é falar e se calam nos augúrios telúricos que dois corpos sabem quando querem se entortar. Afinal, disse o poeta preto e negro, a natureza está morta e decora a noite torta.
-- Ficaremos pra sempre?
-- Com certeza. Até que o destino ou um Alzheimer nos dê o final de tudo.
Para eles, rima ou faça-se lá o que tiver de rever, a terna eternidade de nada ter, se bastou na lambuzada de nunca ser.
-- Quando poderemos reviver?
-- Que pergunta mais difícil que não sei responder...
Muitos e poucos metros abaixo e acima, vizinhas velhas e decrépitas, dessas que reclamam ao mais silencioso gozar, ligam no interfone para fazer tudo encerrar. O mundo, doentio e frígido, sem sofreguidão do amar, longe do mar, se transforma em simplório colocar de um frango, charuto e marafo no despacho da esquina mais próxima e próspera.
-- Mandamos todos tomarem no meio do cu agora ou depois?
-- Vamos esperar o sol chegar. Deixemos eles sofrerem com o tesão que não têm mais...
-- Você será sempre meu?
-- E você será sempre minha?
As perguntas, como diria o poeta preto e negro, feito mel, laranja e manjericão, foram respondidas com urdidas transas trançadas de pernas, braços e mãos. Poemas escritos e proscritos, coisa de solicitude. A palavra era o que menos interessava, num quarto diminuto ou em Java. Havia mais emoções a viver.
-- Foi legal acordar do nada e trepar com você. Jogar a cama tresloucada no virar do quarto. Parar na chegada da sala.
-- Com certeza. Faço das suas palavras e lavras as minhas...
No aninho que o descaminho dá desde que Caminha escreveu a carta para o Rei de Portugal, ambos esquecem o que é falar e se calam nos augúrios telúricos que dois corpos sabem quando querem se entortar. Afinal, disse o poeta preto e negro, a natureza está morta e decora a noite torta.
-- Ficaremos pra sempre?
-- Com certeza. Até que o destino ou um Alzheimer nos dê o final de tudo.
Para eles, rima ou faça-se lá o que tiver de rever, a terna eternidade de nada ter, se bastou na lambuzada de nunca ser.
-- Quando poderemos reviver?
-- Que pergunta mais difícil que não sei responder...
Muitos e poucos metros abaixo e acima, vizinhas velhas e decrépitas, dessas que reclamam ao mais silencioso gozar, ligam no interfone para fazer tudo encerrar. O mundo, doentio e frígido, sem sofreguidão do amar, longe do mar, se transforma em simplório colocar de um frango, charuto e marafo no despacho da esquina mais próxima e próspera.
-- Mandamos todos tomarem no meio do cu agora ou depois?
-- Vamos esperar o sol chegar. Deixemos eles sofrerem com o tesão que não têm mais...

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