Por Ronaldo Faria
Põe óculos, troca óculos,
ajeita óculos numa espera de ósculos que foram, vêm ou virão. Na poesia que
entardece, a noite aquiesce e se aquece. Na brancura da ternura da poesia ainda
não escrita, o imbróglio que se desmancha na mancha que não some entre sabões
em pó e um pós caminhar de estrada onde a terra sucumbe aos pés perdidos e
ardidos de sol, urdidos em lençóis. Entre a cama, o drama e a trama, Cesarino,
feito quando o vaqueiro, de facão ligeiro, rompe a carótida do bicho, se embrenha
feito vaca prenha que toma banho num poço qualquer à espera da cria logo
chegada. Nas letras da vida abstrata de quem trata as troças do mundo como um
vazadouro de vertedouros, sucumbe a si mesmo. A esmo, se esmera em aços que
brincam de brilhar em esmerilho. Parte de um todo que não tem início e nem meio
e nem fim, vive em parcimônia que cheira amônia. Sentencia e chantageia o
tempo, vive trôpego e banal como fosse marginal, desses letal ou/e coisa e tal.
Num aforismo que cabe num quadrilátero enfiado num triângulo que existe no retângulo
que a esfera faz, seguimos em rodopios e centenas de pios do pássaro preso na
gaiola de gravetos. Feito substrato de quem espera receber um trato, o tratado
do tempo que blasfema ao destino. Em desatino, uma tina de álcool se derrama à
madrugada concebida.
-- Que ideia mal concebida. Acho que a nossa cabeça está mesmo fodida.