Um batuque batuca e cutuca a cutícula que avilta a cena entre o noturno
e o velho soturno que tenta dormir para fugir da vida que foi além daquilo que
ele sonhava ou ansiava. Pares parecem permear a prosaica sensação entre o ser e
estar. Em meio ao canavial, a eterna dúvida entre o bem e mal. Afinal, há
diferença ente o racional e o animal?
A escola descia a avenida
premida entre o tempo e o vento que vinha do sudoeste. Em presto, o diretor de harmonia
harmonizava o furor dos passistas ao pouco tempo para romper a película que passava
na televisão. Na visão do casal que dormia no sofá, o sofisma maior era apagar
na cama ou tomar outro café. No aparelho 4K o narrador pregava: “Unidos da
Manjedoura, vai na fé!”
Na epistola de Paulo (se é que
é que ela exista), deve haver algo sobre o gingado da preta a bailar. Seu
corpo, em torpor sensual, vaticina algo que possa existir entre ser mulher ou
menina. Se nada houver (pensará seu amado na arquibancada), bastará ser muita
sopa para pouca colher. Talvez um pouco mais de asfalto, um tanto mais de luzes
de neon, quiçá uma ladeira de Olinda a subir.
Nos instrumentos que vertem
sobre os excrementos que cada dia nos dá, existe um vórtice que vaticina a
felicidade de um domingo à tarde, como a vida fosse brinquedo de contratempo
que ainda temos de ver vazar. Nas velas que correm a brisa do mar, a cor que
cora o rosto da primeira amada a ver as mãos do amado tocar seus mamilos róseos
e incautos, abertos ao primeiro gozo que surge e urge.
Na noite dominical poucos conseguem
sobreviver ao manto branco de vestir logo mais. Mas o que fazer se é só no
silêncio da noite que se consegue sobreviver a essa mentira apocalíptica que se
é viver? Quisera a poesia surgisse com os primeiros raios de sol, mas como
soltar as emoções se nem as micções diárias se fizeram provar? O frigir dos
ovos do Sol são a escuridão que ilumina a poesia e a solidão.