domingo, 26 de janeiro de 2025
Hot Jazz Club
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Com João Donato na cabeça e no coração
Por Ronaldo Faria
-- Posso sentar do seu lado?
O pedido, vindo de Afonso (mas só um pouco depois ela saberia o nome do rapaz), surgiu solene, quase de joelhos, não fosse correr o risco de sangrar no corte que uma ponta de gnaisse quartzo feldspático de granulação fina pudesse fazer.
-- Claro que pode. O lugar é público e o por do sol é de todos.
-- Posso sentar do seu lado?
A voz de Sérgio (mas só outro tanto depois também descobriria ele assim se chamar) soou firme e convicta ao colocar uma garrafa de cerveja na mesa e dizer que a vida era bela demais, desde que fosse vivida na sua plenitude e amplitude.
-- Claro que pode. Desde que pague a conta do que consumir depois.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
A ouvir Henrique Simonetti 1955 (ou fora do bumbo 4)
Por Ronaldo Faria
-- Minha música, traga a túnica para o meu gim com tônica tomar...
Zuenir cambaleia, mas não titubeia. Muita coisa, acredita, ainda está por vir.
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
A bossa nova começando a ganhar o mundo
Por Edmilson Siqueira
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
No mundo fora do bumbo 3
Por Ronaldo Faria
sábado, 18 de janeiro de 2025
No mundo fora do bumbo 2
Por Ronaldo Faria
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
No mundo fora do bumbo
Por Ronaldo Faria
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Quase lá e cá
Por Ronaldo Faria
Meu São Pedro me ajude. Se aprume na brumada e traga fartura. Se não puder, deixe tudo como está. Afinal, já disse um palhaço que pior do que está não dá para ficar. Ou dá?
domingo, 12 de janeiro de 2025
Um som moderno, de 1975
Por Edmilson Siqueira
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Não tem jeito
Por Ronaldo Faria
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Lembrança na festança de Dominguinhos
Por Ronaldo Faria
-- Se ainda estiver vivo alguém que nos conheceu, talvez... Senão, com certeza não.
A resposta caiu como uma bomba em Sebastião. “Sabe que é verdade. Depois de um tempo surge, por fim, o fim. Se não tem quem tenha saudade, não tem mais a pessoa. Essa é a verdade que ressoa desde em sempre. Quem irá cavoucar o nome e a vida de quem sequer teve um segundo em sua vida?”
-- Mas será que algo de nós vai ficar, Jesualdo? Que nem semente, sementinha...
-- Olha, Bastião, acho que não. Mas se sobrar uns ossos, na hora de colocar outro na sepultura, ao menos os coveiros que tiverem de enterrar a gente vão ficar putos e lembrar das nossas mães.
-- É, você deve ter razão...
-- Então fica assim. Nos vemos amanhã para tocar a boiada do coronel até a invernada.
-- Com certeza, Mas vou ficar mais um pouco. Segue tua trilha.
Sebastião pede outra para o dono da venda e repensa a resenha. “Sabe que o Jesualdo não está errado de tudo. A gente vive até quando houver quem nos amou ou odiou, que chore ou ria o nosso fim. Depois, num mundão que já enterrou gente que nem dá pra contar, não tem como pedir bis.”
-- Posso sentar na mesa?
A voz, feminina, bem mais do que poderia se chamar de linda, bateu como um bumbo no seu ouvido.
-- Claro. A mesa está livre, além de mim.
O nome dela era Berenice. Seu cheiro tinha o mesmo que a dama da noite, essa florzinha pequenina e branca que exala um perfume da moléstia de bom. Seus olhos, verdes e marrons, cobriam a lua cheia com uma claridade que nem se o sol ainda estivesse acordado teria. Seus cabelos, cor de milho bom de colher e girassol, escorriam sobre o decote que mostrava os seios que nem os maiores devaneios fariam brotar. Seu rosto nem um tal de Michelangelo poderia esculpir. Na verdade, Sebastião preferiu não olhar além do umbigo. Afinal, Berenice era o amanhecer de luz na caatinga, o nascer de um bezerro a mais na cria, a flor mais bonita que o mandacaru pode dar. Vestida no vestido vermelho e branco, acima do joelho, ela fazia o coração bater além do peito. “Segura na boca, coração”, implorava o boiadeiro que antes queria saber se valia a pena viver.
-- De que fazenda você é?
-- Da Nova Esperança. Toco o gado lá.
-- Já ouvi falar dela. Corre o Rio Real defronte?
-- Sim. Na verdade ele é divisa. Coisa maluca, não é. Um rio que seca na seca ser a divisão de dois estados.
-- Concordo. Mas o que não é loucura nesse mundo?
A conversa continuou mesmo com o pio da coruja que queria colocar as corujinhas recém-saídas dos ovos para dormir.
-- Você gosta de pamonha e milho?
-- Gosto, claro.
-- Então está convocado pra debulhar um monte comigo na semana que vem.
-- É sério, Berenice? Além de aboiar o gado e cuidar das burregas tenho que debulhar os sabugos?
-- É. Isso se quiser saber aquilo que eu posso te dar além de prosear...
-- Se é assim, que os dedos sangrem no milharal.
Não deu meio tempo e o clarear chegou. Os dois estavam agora na praça da igreja, sentados no banco, a lembrar avós e o tanto que o lampejo do lampião que cheirava gostoso vive até hoje na imensidão. Talvez, quem sabe, Jesualdo estivesse errado. Que a vida pode se eternizar num descampado, fole de sanfona, lembrança atávica, lamber de pele e línguas, lábios sedentos de amor. Senão, que seja apenas a flor que dura um dia, uma semana, um mês para a abelha tentar se achegar. Agora, na verdade, pouco importava. Sentado no seu tordilho, no dia seguinte e pedinte, Bastião se bastava. A dormir em cetins, Berenice bebia outra conquista. Ela, com certeza, será lembrada e relembrada nas vidas presentes, passadas e, fortuitamente, futuramente. A nós, nos nossos nós inconsequentes, sem trema e com tramas mil, só nos resta sonhar.
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Charles Mingus, um gênio para poucos
Por Edmilson Siqueira
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
Dia da Mulher com Tom Zé
Por Ronaldo Faria
sábado, 4 de janeiro de 2025
O trem azul
Por Ronaldo Faria
O trem destrambelhado e descabelado pela velocidade sobre os trilhos enfileirados para levar alguém a algum lugar segue engatado com os vagões em turbilhões. No passadio que existe na estação seguinte, a limítrofe e tardia sangria que estanca a branca saudade que une os longínquos e efêmeros lamentos em vão. Nos quilômetros atônitos e afônicos que se perderam no chão, um misto de perdões e ilusões. Na aquiescência da sofreguidão, a inaudita certeza de que o mais novo e solerte segundo é somente um novo senão.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
A miltanear as travessias da vida
Por Ronaldo Faria
Na esteira da contrapartida que nem a efeméride da vida dá, o orfeão
mostra que o ouvir das falácias se torna realidade a quem pensa ser feliz...
Quase um Quasimodo, personagem em viagem eterna na busca da essência, sem a malemolência que precisaria ter, sabe que está só. Na solicitude de si, toca os dias e diásporas como se ainda quisesse viver. Mas ele sabe que tudo isso é mero enguiço do carro que nunca dirigiu e frigiu seus pneus e ovos numa pantomina irrisória e simplória.
No bar enegrecido e perdido no mundo que pranteia mil plateias inexistentes e tardias, Belisário bordeja nas bordas que se formam entre a sanidade e a loucura. Logo mais chegará um novo e velho dia. Desde logo ele saberá ser um eterno passado. O segundo do presente é secundário e o futuro é somente uma semente que não germina infinda.
No passado que se faz passadio interminável, a intragável chegada da alma penada que se arrasta em correntes e tormentas no imbricado sortilégio do acaso. Talvez uma alva alma transtornada e atávica. Senão, o menino a se esconder em cobertas rasgadas, nos rasgos que são mais do que um ventre que no primeiro choro externo se põe a vender.
Belisário, ator, diretor, autor e plateia da casa de espetáculos com seus mil tentáculos, rompe a temporalidade que é ser. Entre aplausos e vaias, bilheteria perfeita e cadeiras vazias, merdas ditas em vão no camarim, segue a viver. Na semeadura inglória do terreno seco se faz a planta morta que decide renascer e se encher de flores amarelas e vivas, vívidas de beijar.
Na inerte veste, vetusta tragicomédia, o reviver que nem a melhor cena da extinta Cinédia traria ao lugar. Na criação da ação longínqua, a ilusória e utópica mansidão que só os anos que se foram e não mais virão dão. Mas, na incrédula célula que sobrevive, os sons etéreos e efêmeros que povoam a loucura genética e frenética de não se saber e sequer viver.
Com os Paralamas do Sucesso e a porra de uns óculos que não dão pra ver a tela direito
Por Ronaldo Faria Óculos trocado porque o outro estava embaçado. Na caça da catraca de continuar a viver ou da contradança do crer vai ag...

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