quinta-feira, 10 de março de 2022

À Baby Consuelo, do Brasil

Por Ronaldo Faria

Doidos, doidivanas, dramáticos e lúgubres à vida a se largarem naquilo que ainda se pode ter. No sonho depravado e calado, destravado e cavado em cada centímetro de unicidade e separação. Entre um tempo bom e o bom que já foi atemporal. Nas ladeiras de Salvador e do Rio, de Olinda, ou seja lá onde for. A subir e descer, vociferar gritos de lucidez maluca e inverdade impoluta. Feito um baby, na voz da Baby, que é do Brasil e o sempre foi e será a se desgarrar da realidade inexata cheia de acordes e alforjes que um cavalo trôpego e trêbado carrega sem nunca chegar. 

Sempre viva, a mudar sua vida, vai a caminhar entre nuvens e estrelas ou estradas a brilhar. Lá vai Baby a caminhar e descaminhar, flutuar. Canções mil, milímetros retintos de notas e prosas, prosaicas falácias de saudade. Extintos prazeres e afazeres que o cheiro de creolina e o drama inexato da rima saudaram. Nas esquinas desatinadas de um Leblon qualquer crescem notas e rimas feito doses dadas em colher. E seja o que o destino quiser. Como uma ladeira brasileira e altaneira. Transversa, inversa, misteriosa e a cantar a música derradeira.

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