Antes de mais nada é preciso dizer que esse disco virou
referência da música instrumental brasileira. Como os instrumentistas do Brasil
são reverenciados no mundo todo, não é qualquer um que se torna referência por
aqui.
Pois em 1999, o trombonista Zé da Velha e o trompetista
Silvério Pontes lançaram o álbum "Tudo Dança", composto por 13 faixas
que são um passeio por choros, maxixes e sambas, interpretados com maestria por
dois dos maiores nomes dos sopros no país.
Zé da Velha é veterano do trombone e Silvério Pontes um
mestre do trompete. Formaram sua parceria no início da década de 1980. Tocaram
muito por aí e, em 1995, lançaram o primeiro disco que se chamou Só Gafieira. E
logo de cara foi indicado ao Prêmio Sharp. Quatro anos depois, consolidaram sua
colaboração com este "Tudo Dança", lançado pela gravadora Rob
Digital.
"Tudo Dança" é também uma homenagem aos grandes
compositores brasileiros com obras de Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Ary
Barroso, entre outros. A faixa-título, composta por Bonfiglio de Oliveira, é um
destaque que exemplifica a proposta do álbum: celebrar a diversidade rítmica e
sonora da música brasileira.
Os arranjos, todos sensacionais, foram elaborados pelos
próprios e mais Rogério Souza, que também contribuiu com o violão. O disco
conta com a participação de músicos renomados, como Jorginho do Pandeiro e
Paulo Moura, o que se mostra uma verdadeira covardia em matéria de
qualidade.
Segundo o Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira,
"'Tudo Dança' foi bem recebido pela crítica, permanecendo por cinco
semanas na lista de recomendados do jornal O Globo e sendo indicado como um dos
melhores lançamentos do ano (1999). O álbum solidificou a reputação da dupla
como guardiões da música instrumental brasileira, influenciando gerações de
músicos e apreciadores do gênero."
Em resumo, "Tudo Dança" é mais do que um álbum:
é um testemunho da riqueza e da vitalidade da música brasileira. Através de
grandes interpretações e arranjos sofisticados, Zé da Velha e Silvério Pontes
oferecem uma experiência sonora que celebra a tradição sem deixar de inovar,
convidando o ouvinte a se deixar levar pela dança dos sons que definem a alma
musical do Brasil.
No encarte que acompanha o CD, Hermínio Bello de Carvalho
escreve que "Afirmar que os dois fazem parte do primeiro time da melhor
música instrumental do mundo é chover no molhado. Sugerir que deveriam ensinar nossos
sambas e choros em todos os colégios da rede pública é óbvio demais: lugar de
mestres é na escola. E deduzir que este disco vai ser escutado a todo vapor em
todos os quintais brasileiros, isso é coisa fácil. Difícil - e como vai ser
difícil! - é os programadores de rádio arranjarem desculpas, se não o colocarem
em suas programações.
Porque, mais do que tocar maravilhosamente, Zé da Velha e
Silvério Pontes ajudam a entender como o Brasil poderia ser melhor se outros
moleques peraltas e travessos iguais a eles tivessem a oportunidade de aprender
a escutar e - quem sabe? - até tocar as músicas que acabo de ouvir,
transbordando a mais desbragada e sincera emoção".
Acho que não precisa dizer mais nada, né?
A fina seleção de músicas é a seguinte:
Bole-bole (Jacob d Bandolim)
O Bom Filho à Casa Torna (Bonfiglio de Oliveira)
Vê se gostas (Waldir Azevedo e Otaviano Pitanga)
Despedida da Mangueira (Benedito Lacerda e Aldo
Cabral)
Paciente (Pixinguinha)
Revendo o Passado (José Freire Jr.)
Doce Melodia (Abel Ferreira)
Tudo Dança (Bonfiglio de Oliviera)
Sonhando (K-Ximbinho e Del Louro)
Pra Machucar Meu Coração (Ari Barroso)
Se Você Jurar (Francisco Alvez, Ismael Silva e Newton
Bastos)
Vou Deitar e Rolar (Baden Powell e Paulo Cesar
Pinheiro)
Rosa (Pixinguinha)
O CD pode ser comprado nos bons sites do ramo e pode ser
ouvido na íntegra no YouTube em https://www.youtube.com/watch?v=qPoZGL8BRQ0 .
*A pesquisa para este artigo foi auxiliada
pela IA do ChatGPT.
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