Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
Saudade, essa palavra mais
maldade do que mera insanidade do que traz em si. E se estranha nas entranhas
seculares daquilo que gostaríamos ela o fosse, mas é apenas o que foi,
intransigente e quente, carente e gemente, em única e uníssona devassidão.
Na saudade que hoje transborda sem borda infinita, nas águas a
terminarem no jorro da mansidão, a inerente e ausente sensação. Não há muito a
fazer. No desfalecer promíscuo que não nos é dado, uma mistura de Belchior,
Fagner e fado. A foda, só no lembrar.
O acordar na noite, na verdade da madrugada
infausta e fátua, dobrar centímetros íntimos e carnais, penetrar acalantos e
carentes engenhos que dão melaço e loucura. Lamber lábios e pernas, poemas e
versos, penetrações e ilusões que permeiam carentes canções.
Saudade, essa despretensiosa e única palavra do
vocabulário errante que o ser arfante refaz em cada efeméride ciosa, é um
palavreado verborrágico e atávico de quem pensou ser feliz. Hoje, nas entranhas
estranhas de uma Tordesilhas infinda, o fim em ilhas malditas.
Na saudade que vem de cheiros, esmeros mil, o
feitiço borbulha em bolhas amarelas. Um pouco de álcool, porque sem tal
alquimia não se faz a magia. E assim e, portanto, no tanto a pode ser, o desejo
que a saudade insurja limpinha na suja e clarividente manhã.
Na manha promíscua que a saudade nos dá, possamos
enlouquecer e nas luzes de mercúrio nos darmos em dar. Certamente, na nossa
mente que não para de relembrar, a certa incerteza daquilo que foi para sempre
nos invadirá. À vida, clarividente restar...
Por Ronaldo Faria
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Por Edmilson Siqueira
Por Ronaldo Faria
Por Ronaldo Faria
O dia seguinte é sempre o preço a ser pago. Mas, ao apreço da criação,
haverá melhor padecer que girar em 180 graus o tempo do norte ao sul e viajar
na ausência que a premência traz?
Na night, suburbana e aleatória memória além de um ademais, o trem transita em trilhos que levam vidas e pesares mil. No frigir de ovos, ovnis e óvulos, o passado volta em beijos mil e buscas do senil querer ser. Na eletrola ou vitrola, fichas agora caem no orelhão que consome frases e sentimentos em tormentos loquazes. Na central da telefônica de cabines e segundos que pingam vorazes, palavras curtas e contumazes. No barulho de ligar o Windows cadavérico em seus disquetes sem esquetes prévios, o sofisma insofismável de vencer milhares de quilômetros que odômetros fariam em várias dezenas de horas. No bar natural e floral, batuque que o ding e o dong, num dengo rosa de veredas tropicais, faz junto no derramar do mar que não há. Aqui e acolá, a certeza de que o tempo não se desfez menestrel.
Na república de três quartos,
opacos e fátuos de forma presencial, o limite entre o ser e o letal. Copos
quebrados e salvos, sálvias em chá e ervas verdes e alucinógenas a darem o
momento e o prazer. Uma rede onde o corpo em torpor se deita para amar e
deleitar o que a vida traz. Talvez a tez da amada a lamber em línguas e tesões
o corpo agora torto, tensões promíscuas e lúdicas a gravitarem em vazios
espaços calculados. Possíveis cálculos renais ou daqueles que nos fazem
prescrever receitas tardias de um acerto, deixemos para décadas depois. Agora é
hora de brindar a madrugada tragada e sorvida, de revolver canções e unções,
comer pratos e pródigos corpos, se deixar comer. Na liturgia do relembrar,
passos, jurisprudências que nos livram no crime de pecar, o salivar que volta a
dizer que erramos mesmo sem querer.
Mas nessa hora, nos bares agora inexistentes, a saudade emergente que se esvai solitária e frágil. Cafonice de um boneco pendurado no retrovisor, do arrancar o toca-fitas do carro ao estacionar, caminhar na madrugada sem medo de definhar na calçada com um tiro na cara. Talvez a rima que deixa o pombo mais rápido que o correio que nos dava dias de dor a esperar as linhas da amada. Afinal, no desencontro é que se junta o livramento de um mero lembrar. Assim, como faca amolada, a entrega de se saber nada. Por fim, na malfadada lembrança, a moça no chuveiro dependurada no corpo do homem, o trem cheio de barro e gente com suas galinhas. Ou a frágil amada a quem o pesadelo acorda na cama do seu desmazelo.
E assim, entre um não e um sim, que cheguem o aconchego de ladeiras, campinas mil, espaços grassos, derradeira certeza. No depois, quando a gente descobre que o cano é de plástico e não de cobre, que surjam as águas fugitivas da vida e se entreguem ao chão sobremaneira. Na noite que floresce como fosse brincadeira de eira e beira, a solidão que à porta bate certeira. Portanto, na bancarrota que a rotunda do palco da vida dá, a doidivanas e célere lembrança do retrato que, sem trato, já amarelou. Por aqui, na busca de juntar frases múltiplas, o parágrafo que podia ser ágrafo tivesse nascido proscrito, vamos a subscrever o antever do dia que se diz amanhã. Na sorte que ninguém explica um Zé Ninguém se sente pica, não morto...
(Ao som dos Anos 80)
Por Ronaldo Faria
Por Edmilson Siqueira
Por Ronaldo Faria Óculos trocado porque o outro estava embaçado. Na caça da catraca de continuar a viver ou da contradança do crer vai ag...