"Stompin’ At The Savoy" é mais do que apenas
uma coletânea de faixas dançantes e sofisticadas do “Rei do Swing”, o grande
Benny Goodman. Trata-se de um retrato sonoro de uma era em que o jazz, na sua
forma mais acessível e popular, encantava multidões em salões de baile e ondas
de rádio. Benny Goodman, clarinetista virtuoso e figura central do swing,
mostra nesse disco a energia vibrante dos anos 1930 e 1940, enquanto reforça
sua relevância musical .
Para compreender "Stompin’ At The Savoy",
lançado em 1956, é essencial entender o papel de Benny Goodman no panorama do
jazz norte-americano. Nascido em Chicago em 1909, filho de imigrantes judeus,
Goodman cresceu em meio à efervescente cena musical da cidade, tocando em
bandas desde muito jovem. Ao longo da década de 1930, tornou-se líder de
orquestra e pioneiro ao introduzir o swing como uma força cultural nacional nos
Estados Unidos. Em 1935, seu concerto no Palomar Ballroom, em Los Angeles, é
frequentemente citado como o momento inaugural da era do swing.
Não é pouco um músico ser citado como quem inaugurou uma
nova era dentro de um gênero musical. O Savoy Ballroom, citado no título da
faixa principal e do disco, era um dos clubes de dança mais lendários do
Harlem, em Nova York. Inaugurado em 1926, o Savoy foi um dos poucos clubes
racialmente integrados nos Estados Unidos, onde brancos e negros podiam dançar
lado a lado. Era um símbolo da vitalidade do jazz como forma de expressão e de
resistência cultural.
"Stompin’ At The Savoy", foi lançado pela RCA
Victor, e é uma compilação que reúne gravações feitas por Benny Goodman em
momentos distintos de sua carreira. A faixa-título, composta por Edgar Sampson,
Chick Webb, Benny Goodman e Andy Razaf, tornou-se um clássico absoluto do
repertório swing. A versão de Goodman, com sua combinação impecável de arranjo
e improvisação, tornou-se uma das interpretações mais celebradas da música.
Ao longo do álbum, destaca-se a elegância da orquestra de
Goodman, marcada por seções de metais precisas, riffs vigorosos e solos memoráveis.
Mais do que técnica, o disco transmite uma alegria contagiante — a marca
registrada do swing.
Um dos destaques do disco é a interação entre Goodman e
seus músicos, pianistas, bateristas e trompetistas. A precisão da orquestração,
aliada à liberdade dos solos, cria um equilíbrio entre ordem e espontaneidade,
fundamental para o sucesso do swing como gênero.
Benny Goodman não era apenas um músico brilhante — ele
foi também um dos primeiros líderes de orquestra brancos a integrar músicos
negros em sua banda em uma época de forte segregação racial nos Estados Unidos.
Artistas como Teddy Wilson (piano), Lionel Hampton (vibrafone) e Charlie
Christian (guitarra elétrica) fizeram parte de sua formação, rompendo barreiras
e ajudando a elevar o jazz a novos patamares técnicos e artísticos.
Embora "Stompin’ At The Savoy" não seja uma
gravação ao vivo no próprio Savoy Ballroom, a música capturada ali remete
diretamente à atmosfera do local: um lugar de liberdade, movimento e inovação.
A faixa-título em particular, com sua introdução cadenciada e construção
rítmica hipnotizante, é um convite para reviver a era dourada do jazz dançante.
O disco que tenho faz parte da coleção "A Jazz Hour
With..." e, embora não seja o mais conhecido da vasta discografia de Benny
Goodman, serve como excelente introdução para novos ouvintes e como uma espécie
de cápsula do tempo para que já o conhece. O disco demonstra por que Goodman
foi chamado de “Rei do Swing”, não apenas por seu virtuosismo no clarinete, mas
também por sua liderança musical e sensibilidade artística.
"Stompin’ At The Savoy" mostra também a
relevância contínua da linguagem do swing. Mesmo em meio ao surgimento do bebop
e de outras correntes mais modernas do jazz, o trabalho de Goodman manteve-se
atual por sua elegância, clareza melódica e poder rítmico. A música do disco
não é apenas um eco do passado — é uma afirmação da vitalidade permanente do
jazz como forma de arte viva.
Segundo críticos norte-americanos, o disco é mais do que
uma coletânea de músicas antigas. "É um documento histórico e artístico
que captura a essência de uma era em que o jazz era a trilha sonora de uma
nação em movimento. É uma viagem ao coração do swing, com paradas em salões de
dança, palcos lendários e momentos inesquecíveis da história musical
americana."
O disco pode ser adquirido nos bons sites do ramo e toda
discografia do Benny Goodman pode ser ouvida em sua página oficial:
https://www.bennygoodman.com/ .
*A pesquisa para este artigo foi auxiliada
pela IA do ChatGPT.